Sobre o livro: 1975 / ...Outro testemunho. Sem pretensões, directo, por vezes ingénuo, mas é a inocência e a franqueza da apresentação que lhe conferem a força de um documento verdadeiramente humano. Bailarina talentosa, atriz e, durante os anos de guerra, tradutora na Embaixada Americana em Moscou, Lyubov Bershadskaya passou dez anos em campos de concentração e prisões soviéticas, após os quais foi reabilitada “por falta de corpus delicti”. Ela experimentou muito durante esse período e viu muito - incluindo, por exemplo, a greve nos campos de Dzhezkazgan, quando (após a morte de Stalin e a queda de Beria) a mesma prática de extermínio em massa de pessoas inocentes continuou, e prisioneiros foram baleados e esmagados por tanques na zona Testemunhas oculares que visitaram esta zona de acampamento muitos anos depois dizem que o solo de Dzhezkazgan, com vinte centímetros de profundidade, estava encharcado com o sangue de homens e mulheres esmagados por tanques... Lyubov Bershadskaya estava muito longe de. qualquer política. Ela foi transformada à força em uma figura política: tornou-se uma das líderes da rebelião do campo, uma corajosa participante da resistência e, por fim, autora de um livro no qual fala de maneira ingênua e modesta sobre o que acabou sendo uma testemunha viva (e acidentalmente sobrevivente). A modéstia de sua história é especialmente impressionante. Uma voz baixa e confidencial, quase um sussurro, muitas vezes é melhor ouvida pelas pessoas do que uma declamação alta e patética..